sábado, 13 de março de 2010

As corporações do século XXI

Depois de subscrever tudo o que o meu caro amigo AD evidenciou no texto abaixo, tenho de tecer aqui mais algumas considerações, desta vez sobre as corporações.

Ora, não sei se já repararam, mas eu não sou propriamente um indivíduo apolítico. E também não é surpresa que tenho simpatias de Direita. Bom, mas isso não faz de mim (espero que me acompanhem neste raciocínio) um neo-fascista, ou um vassalo de determinada cor partidária. Há simpatias e bandeiras que fazem parte dos meus valores. É tão simples como isso.

Esta introdução para ir ao assunto estatístico: corporações.

Aparte a estatística sindical e governamental, mais importante que isso é verificar que, passados quase 36 anos do 25 de Abril, as corporações nunca foram tão poderosas como hoje, e a terem cada vez mais influência (escuso de desenvolver a ideia, está à vista de todos, em múltiplos sectores, com promiscuidades diabólicas.

...Com uma diferença meus caros: no Estado Novo - peço desculpa pelo revisionismo histórico que alguns vão detectar nestas palavras - existia uma Câmara Corporativa, ao lado da Assembleia Nacional, que tinha o objectivo de juntar as corporações económicas, sociais, financeiras, para funcionar como órgão consultivo, por forma a dar um conteúdo eficaz e eficiente, e também racional, às leis do País. Ora, sabemos que era um processo de interesses. O País não tinha estrutura para aquilo. Lisboa continuava (e ainda continua) a ser Portugal para os políticos. A única vantagem que vejo nesta Câmara é que as leis daquele tempo, ao menos tinham uma boa perspectiva da realidade e da aplicação futura na prática (hoje temos leis que só começam a dar frutos passados 3, 4, 5 anos, por falta desse estudo e desse rigor).

Podia ficar aqui a noite toda a falar da Câmara Corporativa, que eu gostaria de ver em democracia, por exemplo, na forma de um Senado (como nos EUA), em que se fazem estudos, debatem-se a fundo as ideias para serem transpostas para leis com visão prática e estratégica dos vários sectores.

Isto para concluir, afirmando que as corporações do século XXI ainda são piores que as do Estado Novo. Estas, para além de moverem montanhas em favor dos seus interesses, estes são interesses que em nada favorecem o País, em nada mesmo. Veja-se o exemplo que o AD deu: os pilotos, os próprios sindicatos (alguém se lembra de alguma greve pelos desempregados? Não deviam ser antes estes o propósito das greves e das reivindicações?). Vejam bem que há quem diga que temos Médicos a mais...isto é decente dizer? Há também quem dê conferências a vender a ideia de que o sector bancário não tem tido lucros significativos...é decente dizer isto?

Eu defendo que um lobby deve ter como meta principal aquilo que podemos fazer pelo nosso país (tal como JFK preconizou no seu tempo), e não aquilo que podemos fazer por nós próprios, neste caso, pela corporação. Há que ter brio e defender a nossa profissão, mas mais nobre é fazer isso aliado ao engrandecimento do País. Esta é a minha corporação e a minha noção de nacionalismo. Será uma utopia?

bCp, depois da reflexão de AD

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