sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Criminalidade classe B

No dia 2 de Setembro de 2008, a minha viatura sofreu danos consideráveis no vidro da porta direita. A do chamado pendura. Foi talvez o único dia em que me esqueci de retirar o rádio do carro. Sofri as consequências dessa situação.

No ano anterior, estava eu no stand de automóveis, onde comprei o carro, a exigir que me substituissem o rádio porque o mesmo não funcionava. Ora, a solução foi a substituição por um da "feira". Nem sequer lê MP3. Eu não ligo muito a rádio no carro, mas sempre dá jeito para ouvir as notícias da manhã enquanto percorro essa odiosa IC19, até à curva de Pina Manique, para seguir pela estrada do Colégio Militar, pois o meu local de trabalho - desculpem, emprego - é ali perto.

Isto para dizer que o meu rádio não compensou o esforço do criminoso. Aliás, o meu carro tem alarme, por isso, o rádio ficou intacto. O criminoso fugiu. O vidro é que sofreu. No final de contas, ele até me podia solicitar a doação do rádio, com bons modos, que eu acederia ao pedido com a maior das tranquilidades. O gasto do vidro novo, da mão-de-obra, do dia que passei de um lado para o outro faz-me pensar, hoje, que a própria criminalidade também tem uma segunda divisão à semelhança da nossa liga de futebol. Mas este criminoso deixa-me preocupado, porque sou obrigado a classificá-lo numa liga bastante mais longínqua (para aí liga distrital...).

Bom, de qualquer maneira fica aqui o texto que na altura, a quente, eu deixei no meu blog pessoal. Não escrevia com a paz com que estou neste momento aqui. Ora reparem neste impulso:

Hoje tive a minha prova de fogo. Tive a oportunidade de saber como me sinto numa situação deste género. Numa situação que normalmente pensamos acontecer apenas aos outros (aos amigos, colegas de trabalho, familiares, mas nunca a nós próprios). E não gostei nada do que me passou pela cabeça, aliás, não gostei de sentir prazer ao pensar que se visse a(s) pessoa(s) que me assaltou o carro poderia fazê-la sofrer com o dobro da violência com que estava a atacar o meu automóvel. Passaram-me ideias como ter uma arma por perto para agredir essa pessoa; fazê-la engolir os vidros estilhaçados do carro, cortar essa pessoa com os mesmos vidros...tudo ideias à sexta-feira 13. É a imaginação e o inesgotável instinto animal que todos temos em nós: uns em maior grau, outros menos.

Foi isto...

bCp

Sem comentários: